Houve há 50 anos, no Porto, um juiz que foi profundamente amado pelo povo. Julgava no Tribunal de Polícia as coisas que iam acontecendo e que de alguma maneira brigavam com a lei. Não diremos que julgasse contra a lei, mas sabia torná-la humana e útil. Não se coibia de ensinar e dar lições, lições também elas profundamente humanas e construtivas. Acreditava que, mais do que qualquer outra, era essa a sua missão tornar o Mundo melhor. Não havia jornal que não publicasse as suas sentenças, como não havia portuense que as não lesse e louvasse. Creio que me não engano dizendo que nunca terá havido no Porto juiz mais amado e mais admirado pelo povo.
Acima de tudo, olhava sempre às consequências das decisões que tomava, procurando que não fossem mais nefastas do que o próprio cumprimento da lei. Os que vivemos esses tempos jamais nos esqueceremos das sentenças que deu quando se pôs o problema do pé descalço. Dizia sempre que não sabia se havia de condenar o prevaricador ou o país onde aquilo era possível . E julgava como tal. Só quando outro santo do tempo, o dr. António Emílio de Magalhães, lhe significou o que representavam as sua brandas ou nulas sentenças para a campanha que, aliás com toda a razão, prosseguia contra essa chaga, é que o dr. Quintela mudou de atitude condenava, mas imediatamente suspendia a pena. Sempre na ideia de que quem devia ser condenado não era o que não tinha sapatos. E o tempo lá se encarregou de sarar essa chaga.
Grande HOMEM...grande SER...grande Humano
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